27 Aug 2008

A Artilharia Portuguesa em finais do Séc. XV e inícios do Séc. XVI


Documentário, de aproximadamente 9 minutos, sobre "A Artilharia Portuguesa em finais do Séc. XV e inícios do Séc. XVI". Produzido para Comissão Nacional para a Comemoração dos Descobrimentos Portugueses, em Agosto de 1994, sob coordenação histórico-militar do Ten. Cor. Nuno J. V. Rubim, coordenação técnica e multimédia de Pedro Mateus e design gráfico de F. Feiteiro. A edição, sonorização e locução foi conduzida nos estúdios da Valentim de Carvalho em Paço de Arcos. O video foi produzido e apresentado ao público no âmbito da Exposição "A Paz e a Guerra no Tempo do Tratado de Tordesilhas", Burgos, em Setembro de 1994.

O documentário cobre, entre outros, os temas de "As Peças e O Tiro", "Peças de Retrocarga e Peças de Ante Carga", "Tiro Directo e Tiro Indirecto" e "Tiro de Ricochete Naval". Apresenta imagens, originais, de peças de artilharia presentes no Museu Militar de Lisboa, das réplicas das Tapeçarias de Pastrana, que ilustram alguns dos passos das conquistas portuguesas, em reinado de Afonso V, no Norte de África, presentes no Paço dos Duques de Bragança em Guimarães, e uma panóplia de animações e modelos gerados em computador.

A 31 de Dezembro de 1994, o semanário Expresso dedicou as páginas 58 e 59 da sua Revista, numa peça assinada por Rui Rocha, à cobertura da exposição de Burgos onde este vídeo foi exibido em continuidade. Destaca-se, nesta peça, a passagem (na página 59): "(...) No edifício onde se alojou "A Guerra", o relevo vai para um vídeo da Comissão Nacional dos Descobrimentos em que se entende, clara como a água, a vantagem da nau portuguesa enquanto fortaleza flutuante, com as técnicas de carregamento das peças, e a distribuição destas pelos vários conveses. (...)".

A plataforma de computadores usados para a geração das animações assentava num conjunto de dois computadores Commodore AMIGA 4000, ligados em rede através de um interface de porta paralela (PARNet), dotados de processadores Motorola 68040, "overclocked" dos originais 25 MHz para 33 MHz, com 10 MB de RAM, 340 MB HD IDE, 540 MB SCSI-II, e placas gráficas de 24 bits "Opalvision v.2.0", PAL 736x576. Nas camadas de software foram usadas diversas aplicações, entre as quais, nas vertentes criativas, o "Deluxe Paint" e o "Brilliance / True Brilliance" e, nas vertentes de gestão de ficheiros, o "DirOpus". O sistema de "backup" de dados assentava em tecnologia de discos amovíveis da "SyQuest" sobre interface SCSI.

Link de referência para o documentário: https://www.youtube.com/watch?v=YbEzKRtTdWs&t=292s

26 Aug 2008

"Fake" - Video de Ataque de Alforreca, TVI


Ontem, 25 de Agosto de 2008, a TVI no seu Jornal Nacional, no alinhamento de uma peça sobre duas crianças que, por haverem, alegadamente, manipulado uma Caravela Portuguesa (Physalia physalis), algures numa praia de Peniche, foram alvo de tratamento hospitalar, passou um video "internacional", ref. http://www.youtube.com/watch?v=WrGFKLYgYkE , que, supostamente, ilustraria um "ataque de uma alforreca" (sic). O video em questão é, em toda a linha, uma encenação (dito "fake" ou "hoax", pelos anglos-saxónicos), na medida em que as alforrecas não têm sequer qualquer capacidade para aderir/fixar-se a um corpo daquelas proporções e daquela forma e, mais ainda, é notória a encenação na forma como a suposta vítima segura no corpo da alforreca (com os tentáculos da mesma pendentes) para evitar que a mesma se desprenda, assegurando a desejada encenação. Triste e lamentável que um video destes passe num canal nacional como sendo legitimo e contribuindo para alarme, desnecessário e excessivo, da população.

18 Aug 2008

Origem e significado do termo "Tuga"

O termo "Tuga" nasceu, durante os anos de 1960-1970, na dita "Guerra Colonial", como expressão para designar os portugueses por parte dos africanos (guerilheiros, oposição independentista em geral) como resposta linear ao termo "turra" (de terrorista, em corruptela) usado para os designar pelos portugueses. É uma expressão (manifestamente) depreciativa que nunca deveria ser usada de ânimo leve e como expressão de suposta camaradagem patriota.

Um exemplo do uso histórico (na década de 1960/70) de tal expressão, em teor depreciativo, por parte do líder do PAIGC, Amílcar Cabral, [1]: " (...) a nossa língua ficou ao nível daquele mundo a que chegamos que nós vivemos, enquanto o tuga, embora colonialista, vivendo na Europa, a sua língua avançou bastante mais do que a nossa, podendo exprimir verdades concretas, relativas, por exemplo, à ciência. (...) É a única coisa que podemos agradecer ao tuga, ao facto de ele nos ter deixado a sua língua depois de ter roubado tanto na nossa terra. (...) "

Um exemplo adicional numa obra mais recente que releva a origem depreciativa do termo, [2] " (...) Ma-Tuga no mato. Imagens sobre os portugueses em discursos rurais moçambicanos * (...) * « Tuga » é um termo algo depreciativo utilizado, em especial nos contextos urbanos, para definir portugueses.(...) "


Por favor recorde-se disto antes de se apelidar a si mesmo e aos seus compatriotas de "tugas".

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[1] in: http://www.nacionalidades.ufc.br/textos/AGUINe.pdf ;
mirror: http://viriato.net/tuga/aguine.pdf

[2] in: http://www.lusotopie.sciencespobordeaux.fr/pimmentel2003.pdf ;
mirror: http://viriato.net/tuga/pimmentel2003-clip.jpg





Obrigado

Obrigado M. Gaspar pela pressão (positiva, sempre), motivação e apoio para que este Blog tivesse, finalmente, uma existência.