12 Jun 2009

A repreensão do senhor professor aos Portugueses no dia de Portugal

... acho sempre curioso quando se confunde motivação com repreensão e sintomas com doenças. Refiro-me ao despropositado, desconexo e agressivo discurso do Pres. da República, Aníbal António Cavaco Silva, durante a celebração do 10 de Junho de 2009 - onde literalmente atacou os Portugueses, puxando orelhas, castigando verbalmente, porque, basicamente, se verificou abstenção elevada nas últimas Europeias.

Classificou e julgou os Portugueses, que o elegeram (!), como irresponsáveis ou comodistas de sofá (com eufemismos ou sem eles) porque não foram votar e assim, segundo ele, estão a demitir-se de funções e a ignorar o futuro do seu País... não lhe ocorrendo, talvez, que antes de mais falhou ele por não haver conseguido motivar a votação, pois, ora bem, é esse o primeiro papel de um líder – motivar as massas. Não lhe ocorrendo comentar também os 160 mil votos brancos - que duplicaram face a 2004 , e para os votos nulos que aumentaram de 47 mil para 71 mil - poderiam merecer alguma análise. Mas isso implicaria analisar doenças... e é muito mais imediato atacar, sim atacar, sintomas.

Mais ainda: se pretende motivar alguém não é assim (e não acho que o actual PR conheça sequer o alcance ou significado de tal palavra) -NUNCA se motiva ninguém com porrada (chineses e russos podem atestar com décadas de experiência). Aliás, até o seu "amigo" de partido, Rebelo de Sousa, já veio a público adjectivar de "muito duro" tal discurso.

E, pior, o PR termina este seu discurso, que supostamente, recordo e relevo, visa, segundo o mesmo, penalizar o conformismo e o alheamento, com a frase "Esperança é a palavra." (sic)... ou seja oco e sem sentido, sem caminho ou mensagem, e com tiques do eterno "fado lusitano". Num texto de pouco mais de 2000 palavras... surge 14 vezes (!) a palavra não - alguém p.f. que eduque o PR ou os seus consultores sobre discurso positivo e motivação.

Um líder nato de facto. Especialmente, recordemos os seus tempos como executivo na presidência do conselho de ministros, de boca cheia de bolo rei, clamando que nunca tem dúvidas e que raramente se engana, e que não tem tempo para ler jornais. Pode-se tirar um provinciano tacanho dos confins do Algarve e trazê-lo para uma Universidade e até ganhar um congresso na Figueira da Foz... mas não se pode tirar a tacanhez e os tiques autoritários de dentro do mesmo e sua completa incapacidade de motivar um Povo.

Senhor PR reforme-se e volte com a colecção de presépios da sua esposa para Boliqueime o mais depressa possível! Portugal e os Portugueses precisam de um líder e não de um mestre escola tacanho, castigador e com tiques paternalistas e de superioridade escolástica!

Força Portugal! Viva Portugal! Sempre!

P. Mateus.