
De 1960 a 2012 tiveram lugar catorze edições do Campeonato da Europa de Futebol. A Selecção Portuguesa de Futebol não se qualificou em oito delas, e o melhor resultado alcançado nas seis edições em que de facto competiu corresponde a um segundo lugar, na edição de 2004 realizada em Portugal. Tal como no Campeonento do Mundo, este foi também o único resultado de podium alguma vez alcançado nesta competição.
Ou seja, a Selecção Portuguesa de Futebol historicamente não se consegue apurar na maioria das edições das competições internacionais e os resultados alcançados são quase inexpressivos - sem qualquer vitória ou sequer lugares de podium frequentes (os dois melhores resultados alcançados correspondem, precisamente, relevo, aos dois únicos lugares de podium alguma vez alcançados).
Mesmo transportado a análise para um âmbito mais alargado, o da representação de clubes nacionais de Futebol em provas internacionais tuteladas pela UEFA / FIFA (existentes e extintas), os ditos acumulam pouco mais de uma dezena de prémios de vencedor – e isto num universo histórico de mais de uma centena (!) de provas realizadas.
Temos, de longe, um histórico nacional de mais posições de podium internacionais, por exemplo, nas modalidades de Atletismo do que em Futebol. A Federação Portuguesa de Atletismo soma um histórico correspondente a 278 posições de podium - 73 das quais em resultado colectivo da Selecção Nacional, 13 em podium de Campeonatos do Mundo e 20 em podium do Campeonato da Europa (!). A desproporção é avassaladora.
Porém, não é de desempenho e de resultados internacionais que se alimenta a motivação ou o nível de exigência da comunidade em causa. O Futebol é, para a maioria dos seus fãs (palavra que deriva de fanático, recordo) e em especial no contexto nacional, apenas uma arma de arremesso, um fenómeno epidémico de exaltação tribal e nada mais.