13 Jul 2009
Pedra Verde, 1961
Gripes e Números
Números do Center for Disease Control, citados num artigo de investigação da CNN de Abril último, apontam que entre Janeiro a Abril de 2009 morreram, nos Estados Unidos, 13.000 pessoas de complicações associadas ao vírus da gripe “normal”, e que o número médio anual de mortes de tal origem, também nos Estados Unidos, se situa em torno dos 36.000. Em termos mundiais este número, anual, situa-se entre os 250.000 e os 500.000 (!). Por uma questão de escala e de comparação com outros vírus será de referir que, por exemplo, o número de mortes anuais por malária se situa acima de 1 milhão e que o mesmo dado para vítimas de SIDA é superior a 2 milhões.
Números da mesma fonte para a gripe da estirpe H1N1, dita gripe suína, e, nota-se, cuja infecção em humanos está estudada e documentada em detalhe desde 1978 (ou seja, desde há 30 anos), apontam para os Estados Unidos um total de 211 mortos (a 4 de Julho de 2009). Segundo dados mundiais recolhidos pela Wikipedia, o total mundial de mortes de complicações resultado de infecção por H1N1 é, a 13 Julho de 2009, de 636 - dos quais mais de 50% nos Estados Unidos (em particular em Estados do Sul como o Texas ou a Califórnia) e no México (onde o corrente "surto" teve origem).
Recordando um surto anterior de gripe, com a estirpe H5N1, conhecida por gripe das aves, os números mundiais acumulados em Janeiro de 2009, segundo a World Health Organization e recolhas de dados da Wikipedia, e tendo sido infectadas milhões de aves por todo o mundo, apontam menos de 300 mortes entre humanos.
___ "Update":
Adita-se a estes elementos, a passagem abaixo destacada de um comunicado de 16 de Julho da World Health Organization: "(...) This pandemic has been characterized, to date, by the mildness of symptoms in the overwhelming majority of patients, who usually recover, even without medical treatment, within a week of the onset of symptoms. (...)"
12 Jun 2009
A repreensão do senhor professor aos Portugueses no dia de Portugal
Classificou e julgou os Portugueses, que o elegeram (!), como irresponsáveis ou comodistas de sofá (com eufemismos ou sem eles) porque não foram votar e assim, segundo ele, estão a demitir-se de funções e a ignorar o futuro do seu País... não lhe ocorrendo, talvez, que antes de mais falhou ele por não haver conseguido motivar a votação, pois, ora bem, é esse o primeiro papel de um líder – motivar as massas. Não lhe ocorrendo comentar também os 160 mil votos brancos - que duplicaram face a 2004 , e para os votos nulos que aumentaram de 47 mil para 71 mil - poderiam merecer alguma análise. Mas isso implicaria analisar doenças... e é muito mais imediato atacar, sim atacar, sintomas.
Mais ainda: se pretende motivar alguém não é assim (e não acho que o actual PR conheça sequer o alcance ou significado de tal palavra) -NUNCA se motiva ninguém com porrada (chineses e russos podem atestar com décadas de experiência). Aliás, até o seu "amigo" de partido, Rebelo de Sousa, já veio a público adjectivar de "muito duro" tal discurso.
E, pior, o PR termina este seu discurso, que supostamente, recordo e relevo, visa, segundo o mesmo, penalizar o conformismo e o alheamento, com a frase "Esperança é a palavra." (sic)... ou seja oco e sem sentido, sem caminho ou mensagem, e com tiques do eterno "fado lusitano". Num texto de pouco mais de 2000 palavras... surge 14 vezes (!) a palavra não - alguém p.f. que eduque o PR ou os seus consultores sobre discurso positivo e motivação.
Um líder nato de facto. Especialmente, recordemos os seus tempos como executivo na presidência do conselho de ministros, de boca cheia de bolo rei, clamando que nunca tem dúvidas e que raramente se engana, e que não tem tempo para ler jornais. Pode-se tirar um provinciano tacanho dos confins do Algarve e trazê-lo para uma Universidade e até ganhar um congresso na Figueira da Foz... mas não se pode tirar a tacanhez e os tiques autoritários de dentro do mesmo e sua completa incapacidade de motivar um Povo.
Senhor PR reforme-se e volte com a colecção de presépios da sua esposa para Boliqueime o mais depressa possível! Portugal e os Portugueses precisam de um líder e não de um mestre escola tacanho, castigador e com tiques paternalistas e de superioridade escolástica!
Força Portugal! Viva Portugal! Sempre!
P. Mateus.
21 May 2009
O Quarto Tipo

22 Apr 2009
Os jogos de ontem e de hoje...
[ de um escrito pessoal de 19 de Julho 2007 em comentário ao dito de alguém sobre o universo actual dos jogos de computador versus anos 1980/1990]: "... mas hoje a coisa tem muito mais piada".
Hoje o "desafio" é, essencialmente, a forma - o foto-realismo, a textura, a luz, etc. O benchmark acima de tudo (tantos fps com texturas de não sei quantos megas e modelo de gravidade xpto).
A piada foram, para mim e para muitos, os calafrios das riscas arco-iris no border do ecrã das cargas de profundidade do primeiro simulador de submarino, Silent Service. O desespero de alinhar graficos vectoriais e de "fugir" ao "pisca pisca" do radar inimigo em Apache Gunship ou F19 Stealth Fighter. A construção e gestão das primeiras cidades ou caminhos de ferro, Sim City, Railroad Tycoon (... grande Sid Meyer) [e grande Will Wright] . As "piadas" e os "atrevimentos" de Monkey Island ou do Larry. Os primeiros labirintos de Dungeons and Dragons e muitos outros.
Foi entre meados dos 80 e dos 90 que a industria do "gaming" inventou e desenvolveu praticamente tudo - sem muitos meios, sem muito "management and sales". Hoje, tal como no Cinema, não se quer correr riscos, quer-se o budget e o forecast, a sequela e' preferida ao "devaneio". Mas, como citou recentemente [2005] o [Steve] Jobs em Stanford, "stay hungry, stay foolish" !
7 Apr 2009
O nosso capital humano... sim nós mesmos s.f.f.
... quando, pelos idos de 1990, cursei ciência económica pela Nova em Campolide, registei (e recordo!), em particular, uma mão cheia de grandes noções que sempre me acompanharam desde então - no pensamento e na análise sobre o mercado e sobre o País (sejam eles quais forem) – (i) a importância do capital humano (na análise conhecida pelo “residual de Sollow” e afins); (ii) a importância dos activos reais (por detrimento de derivados e virtuais que premeiam apenas o risco acrescido e não a rentabilidade efectiva); e, acima de tudo, (iii) a utopia (dita simplificação de modelo) das preferências bem comportadas e informação disponível (vulgo e em adiantamento, existente e percebida) pelos agentes económicos.
No cenário actual, nacional e internacional, de “agravo económico” (será uma crise, uma depressão, uma recessão, um soluço, um arroto ou um vómito?), mesmo com informação disponível (nunca existiu tanta e tão acessível – i.e., sem custos e referente a experiências praticamente “ao dia”) as preferências dos agentes são (sempre foram e serão) toldadas, sem conspirações ou cabalas, por uma “doce” mistura de ganância e preguiça, temperada por inveja e individualismo.
E os agentes económicos, clamo e relevo, somos todos nós, todos!... o agente empresa, o agente banco e o agente Zé dos Anzóis ou Maria Lavadeira não existem no País das Maravilhas, somos todos nós. Normais e anormais (estatisticamente falando) - é um conjunto de que todos fazemos parte e só por uma espécie de nojo ou catarse alguns insistem em fazer-se passar por distantes ou vítimas.
Tal como serviu de “mote”, nos idos de 1986, ao filme de Oliver Stone, Platoon: “a primeira baixa da guerra é a inocência”... ou, permitido o desvio vicentino, não é só mamar na teta doce (crédito ao consumo ao desbarato, novo riquismo, férias exóticas em terra de novela, ecrãs de plasma, telemóveis aos magotes...) – as rosas têm espinhos, sempre... e não há inocentes que possam efectivamente dizer que não sabiam dos ditos espinhos.
... quando nos idos de 2000 eu, anormal confesso e assumido, insitia em analisar taxas de juro fixas para crédito imobiliário como a (minha) primeira e mais segura opção e alertava para os riscos de produtos financeiros derivados ou mesmo simples acções (eram os tempo das bolhas de Silicon Valley... recordam-se?), era a modos que tratado como velho conservador e tacanho (tendo na altura menos de 30 anos, note-se).
E hoje? Pois... hoje temos o Banco de Portugal a ditar que os Bancos quando publicitarem uma conta genericamente descrita como “depósito” não podem estar a mascarar aplicacões em fundos e derivados; temos dois bancos nacionais falidos; tivemos já meses (inéditos?) de deflação; temos juros a caminhar para 1% - e a culpa é (sózinha, mesmo sózinha) dos Bancos? Sim, tal como a culpa de quem ficou sem dinheiro na Dona Branca foi apenas da dita e não – ora lá vamos nós – da ganância e inveja dos agentes que, mesmo tendo informação, formulam expectativas... anormais.
Tenham juízo. Não sejam gulosos. Sejam poupadinhos e não sejam preguiçosos s.f.f. . A crise somos nós. Todos, em toda a parte – a natureza primária e animal, invejosa e comodista, do ser humano. Só isso.
O capital humano – e não precisamos do Estado ou do Governo para tratar disso / de tudo – faz parte (deveria fazer parte) do nosso crescimento normal, i.e., o sermos “bem educados”, emocionalmente inteligentes, o não sermos “encarneirados em despesa e consumo”, o não termos problemas sociais (e ter a capacidade fria) de achar o futebol um disparate tribal e despesista, as novelas um delírio social e os reality shows um ópio popular... e sim... deixar de olhar para os acidentes na auto-estrada, agradecer ao empregado de mesa e ajudar um colega, sem interesses ocultos, mesmo fora das hora de serviço, chegar (sempre!) a horas, não passar o fim-de-semana a roncar no sofá e chorar-se que não tem tempo para nada, fazer melhor em vez de criticar os outros, etc... – isto é, no seu sentido mais lato, capital humano (muito além da formação escolar ou técnica!), e como, em equilibrio a poupança é igual ao investimento, o que se tem poupado nesta àrea tem ido, inexoravelmente, para outro sítio – os plasmas, os telemóveis, as férias no Brasil, os clamores do futebol, o carpir de mágoas no sofá...
Quais crise! Vamos (todos!) trabalhar, acima de tudo e em primeiro lugar, em nós mesmos s.f.f.
Obrigado.
"... we fought ourselves, and the enemy was in us"
8 Jan 2009
O AFUNDAMENTO DO TITANIC E LIÇÕES PARA OS ACTUAIS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
A 15 de Abril de 2008, assinalaram-se 96 anos sobre o afundamento do RMS Titanic. Permitam-me recordar alguns pontos, técnicos e factuais, ligados ao afundamento do mesmo e extrapolar algumas ilações para o universo actual dos Sistemas de Informação. Recordo que o navio se afundou na sua viagem inaugural, em menos de 3 horas após o impacto com um iceberg, e que pereceram mais de 1500 pessoas.