Pintura original por Haddon Sundblom, EUA, 1931 |
Recortes
Notas, apontamentos, recortes, colagens e reflexões...
25 Dec 2020
Pai Natal e Árvore Natal
13 Jan 2020
Dakar - acidentes, paragem de pilotos e tempo de prova
Tal como indica o captítulo 25.2, página 63, do regulamento Dakar 2020 (e em linha com os regulamentos anteriores), a assistência a pilotos acidentados por parte dos demais pilotos é obrigatória até à chegada dos meios de assistência e socorro - e o tempo decorrido em tal assistência não tem efeito para o tempo de prova.
A paragem é, reitera-se, obrigatória, devendo o piloto que a inicia colocar o GPS em modo "Sentinel" e comunicar com o controlo da corrida o acidente que encontrou. Esta paragem é obrigatória, até ao segundo piloto a cruzar o local, com dedução automática do tempo de paragem. Os demais pilotos, após estes, que interrompam a sua prova para a prestação de assistência suplementar, beneficiarão também, por acção, a pedido, junto direcção de prova, da possível dedução do tempo assim dispendido . Tudo devidamente consagrado em regulamento. Mais - o não cumprimento destas obrigações (i.e, de apoio ao piloto acidentado) está sujeita à aplicação de possíveis penalidades que emanam do Código Desportivo gerido pelo Júri Internacional da prova.
Aliás, o tema do "heroísmo" (e desconhecimento regulamentar) neste âmbito surgiu destacadamente em alguns "media" nacionais, em 2016, com o envolvimento do piloto português Paulo "Speedy" Gonçalves em assistência a um piloto acidentado.
A paragem é, reitera-se, obrigatória, devendo o piloto que a inicia colocar o GPS em modo "Sentinel" e comunicar com o controlo da corrida o acidente que encontrou. Esta paragem é obrigatória, até ao segundo piloto a cruzar o local, com dedução automática do tempo de paragem. Os demais pilotos, após estes, que interrompam a sua prova para a prestação de assistência suplementar, beneficiarão também, por acção, a pedido, junto direcção de prova, da possível dedução do tempo assim dispendido . Tudo devidamente consagrado em regulamento. Mais - o não cumprimento destas obrigações (i.e, de apoio ao piloto acidentado) está sujeita à aplicação de possíveis penalidades que emanam do Código Desportivo gerido pelo Júri Internacional da prova.
Aliás, o tema do "heroísmo" (e desconhecimento regulamentar) neste âmbito surgiu destacadamente em alguns "media" nacionais, em 2016, com o envolvimento do piloto português Paulo "Speedy" Gonçalves em assistência a um piloto acidentado.
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8 Jan 2020
Síndrome de Atocha
Da esq.ª para a dir.ª: Ángel Acebes, José María Aznar, Javier Arenas e Eduardo Zaplana |
No dia seguinte ao ataque (o mais grave ataque terrorista de sempre em Espanha) o mesmo José María Aznar, e outros responsáveis do seu partido e do seu governo, clamavam, repetidamente, existir evidências do envolvimento da ETA - mesmo quando surgiam já as primeiras provas em contrário.
Recordem p.f. este exemplo antes de, perante um fenónemo criminal, assumirem, sem investigação e sem factos apurados, que o que aconteceu foi de uma certa forma e que os culpados foram uns certos senhores e não outros. Não se precipitem. A paciência é uma virtude, e os factos não são (i.e., não podem ser) uma destilação de intuição e preconceito.
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7 Jan 2020
Austrália - Incêndios em meados do Século XIX
Procurando contextos e referências históricas, de fontes Australianas, face aos incêndios em curso na Austrália ao longo das últimas semanas, e que terão consumido já cerca de 6 milhões de hectares e provocado 2 dezenas mortos, recordo, há 168 anos, em meados do século XIX, os incêndios que ficaram conhecidos, na mesma geografia, como "Black Thursday", e que terão consumido cerca de 5 milhões de hectares e provocado 12 mortos. Números muito próximos e na mesma geografia, há 2 séculos.
"(...) The Victorian bushfire known as 'Black Thursday' occurred on 6 February 1851, though fires had been burning for some weeks, At 11am in Melbourne [Australia] the temperature was 47C in the shade with a hot wind blowing from the NNW. Fires raged out of control from Barwon Heads, Victoria, to Mount Gambier, South Australia, while the smoke haze spread as far as Tasmania. Approximately 12 people died and 5 million hectares – approximately a quarter of the state of Victoria - was burnt. Losses included one million sheep and thousands of cattle with many properties and communities destroyed. The fire affected the Wimmera, Portland, Gippsland, Plenty Ranges, Westernport, Dandenong and Heidelberg with extensive damage in Victoria’s Port Phillip district. (...)" in Australian Institute for Disaster Resilience (AIDR)
Painting "Black Thursday, February 6th. 1851" | Author / Creator: Strutt, William, 1825-1915, artist. Date [1864] Identifier(s) H28049 | Depicts mass of people fleeing bushfires, men on horseback, wagons of women and children, children running, panicked cattle; a thick pall of smoke overhead. oil on canvas ; 106.5 x 343.0 cm. | in State Library Victoria
"Study of bushfire homestead | Turner, painting, 1926 (...) The first bushfires to devastate colonial Victoria in 1851, were also some of the worst in colonial history. Careless use of fire in a very hot, dry summer, on a day with strong winds, led to fires that burnt a quarter of the land now within the state of Victoria. This resource, part of our “Natural Disasters in Australia” series, examines the causes and effects of these terrible fires. Quotes from survivors are also given, as a primary source. (...)" in OpenSTEM, Brisbane
"(...) The Victorian bushfire known as 'Black Thursday' occurred on 6 February 1851, though fires had been burning for some weeks, At 11am in Melbourne [Australia] the temperature was 47C in the shade with a hot wind blowing from the NNW. Fires raged out of control from Barwon Heads, Victoria, to Mount Gambier, South Australia, while the smoke haze spread as far as Tasmania. Approximately 12 people died and 5 million hectares – approximately a quarter of the state of Victoria - was burnt. Losses included one million sheep and thousands of cattle with many properties and communities destroyed. The fire affected the Wimmera, Portland, Gippsland, Plenty Ranges, Westernport, Dandenong and Heidelberg with extensive damage in Victoria’s Port Phillip district. (...)" in Australian Institute for Disaster Resilience (AIDR)
Painting "Black Thursday, February 6th. 1851" | Author / Creator: Strutt, William, 1825-1915, artist. Date [1864] Identifier(s) H28049 | Depicts mass of people fleeing bushfires, men on horseback, wagons of women and children, children running, panicked cattle; a thick pall of smoke overhead. oil on canvas ; 106.5 x 343.0 cm. | in State Library Victoria
"Study of bushfire homestead | Turner, painting, 1926 (...) The first bushfires to devastate colonial Victoria in 1851, were also some of the worst in colonial history. Careless use of fire in a very hot, dry summer, on a day with strong winds, led to fires that burnt a quarter of the land now within the state of Victoria. This resource, part of our “Natural Disasters in Australia” series, examines the causes and effects of these terrible fires. Quotes from survivors are also given, as a primary source. (...)" in OpenSTEM, Brisbane
24 Oct 2019
Catalunha e Espanha - Factos e Contextos
https://www.youtube.com/watch?v=v5lDYDPg2IA |
Primeiro: a não existência de uma língua espanhola. Não existe. E não é, de todo, uma questão detalhística ou semântica - está definida clara e explicitamente no artigo 3.º da respectiva constituição de 1978, como sendo o castelhano ( "El castellano es la lengua española oficial del Estado" (sic) ). A língua oficial de Espanha não é, de facto, o "espanhol". Apesar de muito se repetir que assim é, o "espanhol" não existe sequer como língua no singular, mas antes no plural, i.e., línguas espanholas, e que abarcam, actualmente, além do castelhano, as outras três línguas oficiais das suas comunidades autónomas: catalão, basco e galego.
Bombardeamento de Barcelona, 17 de Março de 1938 |
Madrid, Palacio de las Cortes, 23 de Fevereiro de 1981 |
GAL e ETA |
Ou seja, e permitido um breve "sumário-conclusivo": Espanha tem um passado, vivo e (muito) recente, de conflito interno e armado. Espanha não tem uma língua comum a todas as suas comunidades autónomas (que são 17) com tudo o que isso representa e implica. Não tratem o que está a suceder nas ruas de Barcelona, a capital de uma comunidade autónoma de Espanha, com um língua diferente, e com mais de 7 milhões de habitantes, e com um PIB superior a 200 biliões de EUR, que ocupa mais de 32 mil quilómetros quadrados, como uma pequena indisposição. E não confundam sintomas, nem os aligeirem, face a doenças. Graves. Letais.
12 Aug 2019
Detalhes e um passo ainda mais atrás...
A Sra. Raquel Varela, historiadora e investigadora, doutora em História Política e Institucional (ISCTE) e presidente da "International Association Strikes and Social Conflicts", escreve hoje, sobre a expressão em uso pelos representantes e associados do Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) como sendo "(...) o grito dos estivadores de Setúbal "Nem um Passo Atrás" (...)"
- a expressão remonta a outro enquadramento, expresso na Ordem Executiva, assinada por I. Stalin, com o Número 227, datada de 28 de Julho de 1942 .
"(...) A partir de agora, a lei férrea da disciplina para cada agente, soldado ou comissário político deve ser ‘nem um passo atrás!’ sem ordens superiores. Comandantes de companhias, batalhões, regimentos ou divisões, tal como comissários ou oficiais políticos que retirem em debandada sem qualquer ordem superior são traidores da pátria. Vão ser tratados como traidores da pátria (...)"
Conhecido é que o cumprimento desta ordem levou a muitas execuções sumárias (milhares), e em plena acção no campo de batalha.
Tal como conhecido é que o emissor desta mesma ordem executiva foi, apenas 3 anos antes, aliado estratégico e operacional da Alemanha no ataque à Polónia, e na ocupação dos estados bálticos, da Roménia e da Finlândia, em resultado do Pacto Molotov–Ribbentrop. Detalhes.
Destaco que me é, neste âmbito, totalmente irrelevante o tema sindical em presença. Apenas procuro evidenciar a origem efectiva de uma expressão histórica e políticamente muito relevante. Diria mesmo, dramaticamente relevante.
- a expressão remonta a outro enquadramento, expresso na Ordem Executiva, assinada por I. Stalin, com o Número 227, datada de 28 de Julho de 1942 .
"(...) A partir de agora, a lei férrea da disciplina para cada agente, soldado ou comissário político deve ser ‘nem um passo atrás!’ sem ordens superiores. Comandantes de companhias, batalhões, regimentos ou divisões, tal como comissários ou oficiais políticos que retirem em debandada sem qualquer ordem superior são traidores da pátria. Vão ser tratados como traidores da pátria (...)"
Conhecido é que o cumprimento desta ordem levou a muitas execuções sumárias (milhares), e em plena acção no campo de batalha.
Tal como conhecido é que o emissor desta mesma ordem executiva foi, apenas 3 anos antes, aliado estratégico e operacional da Alemanha no ataque à Polónia, e na ocupação dos estados bálticos, da Roménia e da Finlândia, em resultado do Pacto Molotov–Ribbentrop. Detalhes.
Destaco que me é, neste âmbito, totalmente irrelevante o tema sindical em presença. Apenas procuro evidenciar a origem efectiva de uma expressão histórica e políticamente muito relevante. Diria mesmo, dramaticamente relevante.
9 Aug 2019
Portugal não é uma democracia (e ainda bem!)
Portugal não é uma democracia - tal como a conta que a EDP vos faz chegar não é a conta da luz. Portugal é uma república constitucional e a conta que a EDP vos faz chegar é a conta da electricidade. E não se trata, em nenhum dos casos, de mera semântica ou de um detalhe preciosista.
Uma democracia e uma república constitucional são modelos de governação muito diferentes - sendo que uma democracia se resume, "tout court", à vontade da maioria - o que significa, sem exagero e total correcção e alcance de definição, que em democracia se poderia, assim fosse a vontade da maioria num determinado momento, e.g., segregar por género ou região, ou qualquer outra arbitrariedade. Uma república por seu turno é um modelo com representantes eleitos e com uma constituição aceite, e com separação de poderes (legislativo, judicial, executivo).
É a existência e o respeito desta constituição que garante um conjunto de direitos, individuais e colectivos, que impedem que as simples vontades das maiorias populares, ou seja a democracia, possam levar a "atropelos" em matérias tidas como fundamentais .
Parem, rogo-Vos, de usar amiúde e em toda a linha expressões como "em democracia" ou "democraticamente". Não vivemos, e ainda bem, numa democracia. E sim, parem também, por favor, de dizer a conta da luz. A EDP não fornece luz, fornece electricidade - que se pode transformar, por vossa despesa, operação e gestão, em várias coisas - como calor, frio ou iluminação.
Uma democracia e uma república constitucional são modelos de governação muito diferentes - sendo que uma democracia se resume, "tout court", à vontade da maioria - o que significa, sem exagero e total correcção e alcance de definição, que em democracia se poderia, assim fosse a vontade da maioria num determinado momento, e.g., segregar por género ou região, ou qualquer outra arbitrariedade. Uma república por seu turno é um modelo com representantes eleitos e com uma constituição aceite, e com separação de poderes (legislativo, judicial, executivo).
É a existência e o respeito desta constituição que garante um conjunto de direitos, individuais e colectivos, que impedem que as simples vontades das maiorias populares, ou seja a democracia, possam levar a "atropelos" em matérias tidas como fundamentais .
Parem, rogo-Vos, de usar amiúde e em toda a linha expressões como "em democracia" ou "democraticamente". Não vivemos, e ainda bem, numa democracia. E sim, parem também, por favor, de dizer a conta da luz. A EDP não fornece luz, fornece electricidade - que se pode transformar, por vossa despesa, operação e gestão, em várias coisas - como calor, frio ou iluminação.
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